quarta-feira, 16 de março de 2011

Adélia Prado e Frida Kahlo

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
-- dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

Adélia Prado

Procurando a imagem que me tocasse ,achei Frida Kahlo como as bonecas russas.Perfeito!
Frida se desdobrou e tanto ! Para  mim representa o ser mulher e ser desdobrável:força e mistério!

4 comentários:

  1. Adorei! Os desenhos o poema da Adelia Prado já conhecia. É sempre bom ler de novo, ainda mais acompanhado destes desenhos.LINDO

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  2. Adorei seu blog querida!!!Muito lindo os poemas e dizeres...vou seguir!!!Vá me visitar quando puder...criscriacoisas.blogspot.com, e lá verá que tenho mais 3 blogs.Aguardo vc!
    um beijo grande

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  3. Olá,
    Amo Adélia Parado e amo poesias, crônicas, contos. Enfim, amo boa leitura. Seguirei seu blog.
    PArabéns pela bela ideia de um blog assim.
    Beijinhos, com carinho
    Jô(Joana)

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  4. Que feliz idéia juntar essas duas mulheres tão fortes!
    Como sempre uma delícia de ler...
    Abraço

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